quarta-feira, 16 de março de 2011

O Congresso de Viena

     O Congresso de Viena foi uma conferência de embaixadores dos Estados Europeus encabeçado por Clement Wenzel von Metternich, sediado em Viena de setembro de 1814 a junho de 1815. O objetivo do Congresso era resolver as principais questões surgidas das guerras revolucionárias napoleônicas, e a dissolução do Santo Império Romano. Este objetivo resultou no redemarcação do mapa político do continente, estabelecendo os limites da França, o ducado Napoleônico de Varsóvia, os Países Baixos, os Estados de Rhine, a província germânica da Saxônia, e vários territórios italianos, e a criação das esferas de influência (no campos das Relações Internacionais, uma esfera de influência é uma área ou região sobre a qual um estado ou organização tem significativa influência cultural, econômica, militar ou política) por meio da qual França, Aústria, Rússia e Inglaterra mediaram os problemas locais e regionais. O Congresso de Viena foi o primeiro de uma série de encontros internacionais que vieram a ser conhecidos como o Concerto Europeu, que foi uma tentativa para forjar um equilíbrio de poder (em relações intenacionais, um equilíbrio de poder existe quando há uma paridade ou estabilidade entre as forças concorrentes. O conceito descreve um estado de assuntos no sistema internacional e explica o comportamento dos Estados naquele sistema) pacífico na Europa e serviu como um modelo para organizações posteriores, tais como a Liga das Nações e as Nações Unidas.
     O acontecimento imediato foi a derrota da França Napoleônica e sua rendição em Maio de 1814, que pôs um fim aos 25 anos de guerra quase contínuos. As negociações continuaram apesar da eclosão da luta desencadeada pelo retorno dramático de Napoleão do exílio e a retomada do poder na França durante os Cem Dias de Março a Junho de 1815. O Ato Final do Congresso foi assinado nove dias antes de sua derrota final em Waterloo em 18 de junho de 1815.
    Em um sentido técnico, o Congresso de Viena não foi propriamente um Congresso: ele nunca se reuniu em sessão plenária e a maioria das discussões ocorreram em sessões informais, cara-a-cara, entre as Grandes Potências da França, Reino Unido, Áustria, e Rússia, e às vezes Prússia, com uma participação limitada ou nenhuma participação por outros Estados. Por outro lado, o Congresso foi a primeira ocasião na história em que as pessoas se reuniram em uma escala mundial para formular tratados, em vez de apoiar-se principalmente sobre mensageiros e mensagens entre as várias capitais. O estabelecimento do Congresso de Viena, apesar de posteriores mudanças, formou a estrutura para as políticas internacionais européias até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914.

Preliminares

     Os assentamentos parciais já tinham ocorrido no Tratado de Paris entre França e a Sexta Coalisão, e o Tratado de Kiel que abrangeu questões levantadas a respeito da Escandinávia. O Tratado de Paris tinha determinado que um "congresso geral" deveria ser mantido em Viena, e que convites seriam emitidos para "todas as Potências engajadas em ambos os lados na guerra atual".

Participantes

As quatro Grandes Potências e a França dos Bourbons

     As quatro Grandes Potências tinham anteriormente formado o núcleo da Sexta Coalisão. Próximo à derrota de Napoleão eles tinham delineado suas posições comuns no Tratado de Chaumont (Março de 1814), e negociado o Tratado de Paris (1814) com os Bourbons:

  • A Áustria foi representada pelo Príncipe Metternich, Ministro das Relações Exteriores, e por seu deputado, o Barão Johann von Wessenberg;
  • O Reino Unido foi primeiramente representado por seu Secretário de Assuntos Estrangeiros, o Vosconte Castlereagh;
  • Embora a delegação oficial da Rússia fora conduzida por seu Ministro das Relações Estrangeiras, o Conde Karl Robert Nesselrode, o Czar Alexandre I foi também à Viena e considerou-se, de fato,  seu único plenipotenciário;
  • A Prússia estava representada pelo Príncipe Karl August von Hardenberg, o Chanceler, e pelo diplomata e intelectual Wilhem von Humboldt;
  • A França, a "quinta Potência", estava representada por seu Ministro das Relações Estrangeiras, Charles Maurice de Talleyrand-Périgord. Talleyrand já tinha negociado o Tratado de Paris (1814) para Luís XVI da França, o Rei contudo dele desconfiava. O Ministro estava negociando com Metternich em particular - secretamente, por carta. 

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