O Ingles Antigo é o desenvolvimento da lingua que foi introduzido na Bretanha pelos invasores Germanos no século V D.C. e se tornou a lingua dominante do que é agora a Inglaterra exlcuindo Cornwall e também o sudeste da Escocia. O Ingles Antigo evoluiu gradualmente para o Ingles Moderno, e qualquer data dada para delinear os diferentes estagios da lingua deve ser um tanto arbitrario. O periodo coberto pelo Ingles Antigo extende do século 425 ao 1100 e a lingua sofreu extensivas mudanças nesse periodo. Os comentarios feitos abaixo sobre a fonologia e a gramatica do Ingles Antigo devem ser entendidos a se aplicarem a algum desse periodo, mas nao todo. Por volta de 1100, a acumulaçao de mudanças tinha se tornado tao grande que é mais apropriado chama-la de Ingles Médio (Middle English).
Uma vez que nao sabemos como as primeiras pessoas germanicas recem-chegadas à Bretanha chamavam suas linguas, encontramos isso referido como englisc no século 1000 e Angla Landes (terra dos Angles) usada no local onde ela era falada. É impossivel estimar o numero total de falantes por todo o perido do Ingles Antigo, mas o Domesday Survey de Guilherme, O Conquistador sugere uma populaçao Anglo-Saxonica dentre um e dois milhoes.
É comum reconhecer quatro dialetos basicos do Ingles Antigo, distinguidos um do outro princiapalmente por seus aspectos fonologicos, mas também por suas peculiaridades morfologicas e léxicas: Northumbrian (northern), Mercian (midlands), Kentish e West Saxon (southwestern). Tentou-se atribuir as principais diferenças dialetais ao periodo premigratorio do continente, depois da tradiçao iniciada com as famosas descriçoes dos invasores germanicos nas assim chamadas Ecclesiastical history of the English people, de Bede. Bede, escrevendo em Latim em 731, disse que a força invasora consistia de tres tribos - Anglos, Saxonios e Jutos - os quais fundaram reinos separados. Porem a opniao da maioria dos estudiosos modernos sublinham a complexidade dos fatores sociais e politicos que supostamente contribuiram para a formaçao de dialetos regionais além da variaçao que teria vindo com os primeiros colonizadores Germanicos.
O nosso conhecimento dos dialetos do Ingles Antigo e como eles se desenvolveram é limitado pela escassez de registros em Ingles até o século IX. Em razao de esse ser um periodo de hegemonia politica de Wessex acompanhada por uma explosao de atividades literarias associadas com Alfredo, O Grande (que reinou de 871 a 899), a maioria dos manuscritos sobreviventes em Ingles foram escritos no dialeto do Saxonia-Ociedntal e o Saxao-Ocidental se tornou um tipo de padrao para a escrita na maior parte do pais. Por essa razao, o Saxao-Ocidental é o que é normalmente ensinado como Ingles Antigo. O Ingles Moderno Padrao nao é linearmente descendente do Saxao Ocidental, mas deriva principalmente das variedades Mercianas dosudoeste para o qual nossa informaçao no periodo do Ingles Antigo é escassa.
Relaçoes Genéticas
A comparaçao do Ingles Antigo com outras linguas mostram que ele pertencia ao sub-grupo Germanico da extensa familia Indo-Européia, que incluia o Saxao Antigo, o Alto Alemao Antigo, o Frisio Antigo, o Gotico e o Nordico Antigo. Um exemplo de um aspecto fonologico primordial que coloca as linguas Germanicas fora das outras linguas Indo-Européias é a alternancia Germanica da enfase (stress) para a silaba inicial de cada palavra (excluindo certos prefixos). Usando o método comparativo, podemos reconstruir muito do vocabulario e morfologia do Germanico; por exemplo, o Ingles Antigo, o Saxao Antigo e o antigo Frisio compartilham a forma u ̄s (us), que pode ser mostrado ser descendido da mesma forma *uns em Germanico. A palavra aparece como uns em Gotico e no Alto Alemao Antigo e oss no Nordico Antigo.
Tais comparaçoes indicam que o Ingles Antigo, o Frisio Antigo e o Saxao Antigo compartilham algumas mudanças sonoras que os diferenciam das outras linguas Germanicas. No exemplo citado, a nasal n foi perdida quando ocorrida antes da fricativa s, com um compensatorio prolongamento da vogal nessas linguas, e similaridades desse tipo tem provocados nos estudiosos Germanicos a se referirem a essas tres linguas como 'Ingvaeonic', ou Alemao do Mar do Norte. Um grupo menor do Anglo-Frisio pode ser formado dentro das 'Ingvaeonic'. O Ingles Antigo e o Frisio Antigo foram as unicas linguas que articularam a vogal dorsal Indo-Européia ɑ com a posiçao mais à frente na lingua, i.e. para æ. As linguas Ingvaeonicas compartilham com o Alto Alemao Antigo algumas consistentes similaridades que as diferenciam das linguas Escandinavas tais como o Nordico Antigo de um lado (onde a assimilaçao da nasal para a fricativa da oss de *uns), e o Gotico de outro lado, e portanto uma divisao tripartite das linguas germanicas em Oeste, Norte e Leste é tradicional. Essa ilustraçao se torna complicada pelo fato de que os falantes das linguas Germanicas do Oeste e Norte mantiveram um razoavel grau de contato entre si. Mesmo quando suas linguas ficaram sujeitas a desenvolvimentos separados, elas mantiveram uma certa unidade e compartilharam inovaçoes. O resultado é que o Ingles Antigo era mais semelhante ao Nordico Antigo do que com o Gotico Alemao Oriental.
Registros Escritos
Nunca poderemos saber ao certo como o Ingles Antigo se parecia ou tudo sobre a sua gramatica, mas ha muito coisa que sabemos. Nao podemos saber a qualidade exata da vogal em que era escrita como mus (mouse), mas podemos dizer que ela deve ter sido uma vogal longa, alta e dorsal. Antes de mais nada, a comparaçao das linguas Germanicas irmas e a historia posterior da palavra em Ingles (que viu a vogal se transformar em um ditongo) torna essasuposiçao a mais verossimel. Por outro lado, os escribas do Ingles Antigo adaptaram o Alfabeto Latino para representar sua lingua, e ele teria sido distorcido a usar uma letra para representar um som que era totalmente diverso do som que era usado para representa-lo no Latim.
Os registros escritos do Ingles Antigo nao começaram a aparecer até o século VII em quantidades uteis para seu estudo e o desenvolvimento prévio do Germanico comum. Antes disso, ha algumas inscriçoes nas runas que as tribos Germanicas usavam antes de se converterem ao Cristianismo, quando o Alfabeto Latino foi adotado. As mais antigas dessas inscriçoes datam do século IV ou inicio do século V. Contudo, as runas eram predominantemente usadas para inscriçoes, nao para atividades literarias. As inscriçoes runicas encontradas na Bretanha sao também poucas em numero, embora nos forneçam uma informaçao muito importante (às vezes aberta a mais de uma interpretaçao). Temos uma copia do Codigo de Æthelberht de Kent (do ano 616), embora ele esteja contido em um manuscrito cuja data é muito posterior. Pelo fato de ninguém ter achado util escrever essas leis em Ingles issso colocou o Ingles Antigo isolado das linguas vernaculares daquele periodo anterior, quando o Latim era a unica lingua usada para tal assunto em grande parte da Europa.
Os escritos mais antigos baseados no Alfabeto Latino, sutilmente adaptados para tratar dos sons do Ingles Antigo, sao principalmente glosas do Latim. Eles sao fontes inestimaveis de informaçao sobre a fonologia e morfologia do periodo mais antigo do Ingles Antigo, mas por outro lado nao nos podem ensinar muita a respeito da sintaxe de sua sintaxe. Os materiais se tornaram abundantes somente no tempo de Alfredo o Grande. Temos mais resquicios do Ingles Antigo do que qualquer outra lingua Germanica desse periodo anterior, indo de poesia, materiais religiosos, livros medicinais, uma gramatica do Latim para falantes Ingleses, a cronica Anglo-Saxonica e outros, totalizando aproximadamente tres milhoes de palavras.
Fonologia: do Germanico ao Ingles Antigo
Um dos aspectos mais notaveis do Ingles Antigo é que a assimilaçao de sua fonologia é encontrada em mais de uma forma. Em certa medida, a assimilaçao é encontrada na maioria das linguas Germanicas, mas o Ingles Antigo passou por seu proprio processo assimilatorio. Um processo normalmente conhecido como i-umlaut é um dos desenvolvimentos mais importantes do periodo pré-historico do Ingles Antigo quando ele se separou de suas lingua irmas quando ainda nao era escrito. A essencia desse processo foi que a vogal frontal alta ou semivogal palatal em uma silaba provocou uma vogal dorsal precedente a se tornar uma vogal frontal, simplificando-a sobremaneira. Isso é um tipo de assimilaçao antecipatoria, em que o falante antecipa a vogal de uma silaba vindoura ao mover a lingua em uma posiçao fronteira muito depressa. Uma assimilaçao de um mesmo periodo anterior envolvia a palatizaçao de consoantes velares que eram adjacentes a vogais frontais ou uma semi-vogal palatal na mesma silaba. As palatais stops*, tem tendendcia a se tornarem africativas (aquelas que combinam o som de uma oclusiva, e.g. /t, d/, com o de uma fricativa, e.g. /s, z/), e foi isso o que aconteceu no Ingles Antigo, resultando que o Germanico dik* se transformasse em ditch.
A importancia da estrutura silabica no Ingles Antigo é vista como um processo que excluia a vogal final apos silabas 'pesadas', que ou continham uma vogal longa ou terminavam em um encontro consonantico. Assim, a forma plural nominativa era scipu para ship, porque a base scip- tinha uma vogal curta e terminava em uma unica consoante, enquanto word era ou o singular nominativo 'word' ou o plural 'words' porque o encontro consonantico rd provocava a exclusao do sufixo plural -u.
Uma diferença interessante entre o Ingles Antigo e as linguas que escenderam dele é que o voicing (som proferido com resonancia das cordas vocais) nao era um atributo distintivo da maioria das fricativas. No Ingles Moderno, o [f] e o [v], escrito como ƭ e ʋ, sao percebidos como dois sons distintos, como a diferença entre fat e vat ilustram. Porém no Ingles Antigo, elas eram percebidas como variantes essencialmente do mesmo som ou fonema. A fricative labiodental era pronunciada como o 'voiced' [v] quando rodeada por som voiced (proferido com ressonancia das cordas vocais, tais como as vogais), mas pronunciada como o voiceless [f] (cuja pronuncia nao causa ressonancia das cordas vocais) quando de outra maneira; e.g., embora deofol fosse escrito com um f, ele era mais provavelmente pronunciado como o devil do que sua ortografia sugere.
Efeitos do contato das linguas
Algumas palavras comuns emprestadas do Latim tais como cese 'cheese' (do Latim caseus) suportam a evidencia de mudanças sonoras anteriores e sao acreditadas a teream entrado na lingua antes da invasao Bretanha. A conversao ao Cristianismo levou a escrita do alfabeto Romano para os Anglo-Saxoes (com a ajuda dos missionarios Irlandeses). Nao obstante, os eclesiasticos Anglo-Saxoes preferiram utilizar fontes naturais para traduzir os conceitos eclesiasticos, e.g., halig gast 'holy gost' como a traduçao de spiritus sanctus; spirit nao foi usado até o periodo do Ingles Médio.
Uma vez que a Bretanha era habitata por Celtas antes da invasao Germanica, se poderia supor que o Ingles Antigo exibisse muito da influencia céltica, porém o numero de palavras célticas tomadas pelo Ingles Antigo, além dos nomes de lugares tais como Tames 'Theme' era muito pequena. Isso é um modelo tipico de uma invasao, c.f., a retençao de nomes de lugares aborigenes pelos colonizadores Ingleses nos Estados Unidos e Australia. Opnioes de especialistas variam enormemente quanto ao numero de imigrantes Germanicos e quanto ao deslocamento dos Celtas, mas se isso foi um caso de mudança linguistica pela populaçao Céltica ou a difusao da lingua pela difusao do povo Germanico, nao ha evidencia convincente do substrato da influencia Céltica sobre a gramatica ou fonologia do Ingles Antigo.
Em contraste, nao pode haver nenhuma duvida a repeito do estreito contato com os falantes Escandinavos, particularmente no Nordeste do pais, devido aos ataques Escandinavos que começaram no século VIII, que posteriormente se tornaram tentativas determinadas de colonizaçao e culminaram no controle Dinamarques de todo o pais por Cnut (1017-1035). Tal contato nao poderia deixar de ter consequencias linguisticas, embora a natureza de tais consequencias seja um assunto sujeito a discussao. Nossa incerteza é aumentada pela escassez de registros escritos das areas onde o contato com os Escandinavos maior com o Ingles Antigo. Muitas das consequencias no Ingles nao apareceram até o Ingles Antigo muito tardio ou no periodo do Ingles Médio. Contudo, o sistema inflexional dos Lindsfarne Gospels, uma glosa interlinear que foi acrescentada para um texto latino dos evangelhos no século X, em uma area que estava sob o dominio dos Escandinavos por mais de um século, exibe consideravel modificaçao do sistema inflexional apresentado abaixo. Muitas dessas mudanças, tais como a generalizaçao de -es como a flexao genitiva singular para as classes declensionais para onde ele historicamente nao pertencia, sao sinais de mudanças mais genéricas no periodo do Ingles Médio. Isso sugere que o contato com os falantes Escandinavos representou um importante papel na formaçao dos dialetos onde o contato foi mais intenso, com modificaçoes para o posterior desenvolvimento do Ingles Padrao. Contudo, é provavel que em muitas ocasioes o contato foi essencialmente tirar as limitaçoes das mudanças linguisticas que ja estavam em progresso.
Com tais linguas intimamente relacionadas, é muito dificil dizer se uma palavra que so foi gravada no periodo do Ingles Antigo tardio ou posterior é de origem nativa ou um empréstimo das linguas Escandinavas, mas é certo que um grande numero de palavras usuais, tais como take, que substituiram os nativos niman, sao de origens Escandinavas.
A influencia do Frances sobre o Ingles data marcadamente depois da Conquista Normanda em 1066 e portanto estende-se em grande parte fora do periodo do Ingles Antigo, nao obstante esse contato nao começar com a conquista; um fato especialmente notavel é que havia uma forte presença Normanda na corte de Edward, o Confessor (reinou de 1042-1066). Muitas paalvras emprestas do Frances entraram no periodo do Ingles Antigo, incluindo prud 'proud', data do ano 1000.
Caracteristicas Gramaticais
O Ingles Moderno ainda exibe muito do léxico e muitas das caracteristicas estruturais Germanicas do Ingles Antigo, mas o Ingles Antigo é muito diferente quando aprendido como uma lingua estrangeira. Uma das distinçoes principais do Ingles Antigo e do Ingles posterior encontra-se na morfologia inflexional mais elaborada do Ingles Antigo. Por exemplo, os substantivos e seus modificadores eram inflexionados segundo dois numeros (singular e plural), segundo tres generos (neutros, masculinos e femininos), e quatro casos (nominativo, acusativo, genitivo e dativo). As distinçoes foram feitas principalmente por sufixaçao, mas também por mutaçao do radical vocalico, como no singular feminino dativo/acusativo boc 'book' exceto o dativo singular bec. Um caso instrumental era distinguido em uma extensao limitada, mas ele tinha principalmente fundido com o caso dativo, e frase preposicional era mais geralmente empregada do que o caso instrumental. Aqui, como em muitos outros lugares, as frases preposicionais ja estavam sendo usadas para suplementar a marcaçao de caso. Poucas formas eram inequivocadamente marcadores (markers) de uma unica combinaçao de caracteristicas gramaticais; a maioria dos substantivos masculinos nao distinguiam o nominativo do acusativo ou no singular ou no plural, enquanto a maioria dos substantivos femininos faziam essa distinçao no singular mas nao nenhuma distinçao era feita nos casos nao-nominativos. Os modificadores dos substantivos, especialmente os determinantes, distinguiam caracteristicas gramaticais mais consistentemente, e.g., o masculino 'the stone' é se stan (nominativo), þone stan (acusativo), þæs stanes (genitivo) e þam stane (dativo). Poucas distinçoes foram feitas no plural mesmo com os demonstrativos, e.g., þa tanas 'the stones' poderiam ser nominativas ou acusativas.
O sistema mais elaborado de 'case marking' fez uma ordem mais flexivel de constituintes possiveis do que é encontrado no Ingles Moderno ou mesmo no Ingles Médio. 'The man killed the king' poderia ser expresso como ou se man acwealde þone cyning ou þone cyning acwealde se man, porque se man era nominativo, e identificava o sujeito sempre que ele era posicionado e a forma acusativa þone cyning assinalava o objeto. Ja no Ingles Antigo, contudo, a ordem sujeito-objeto (como no primeiro de nossos exemplos) era muito mais frequente do que Objeto-Sujeito. Essa ordem era usual mesmo quando o case marking tivessse tornado claras as relaçoes gramaticais sem a ajuda da ordem das palavras.
A posiçao do verbo também era variavel. O Ingles Antigo exibe a preferencia pelo verbo de segunda ordem em clausulas principais e verbo de ordem final em clausulas subordinadas encontradas em outros dialetos Germanicos antigos, mas no Ingles Antigo, a posiçao do segundo verbo em clausulas principais nao era tao regular quanto ela é em, por exemplo, o Moderno Holandes, e somente por volta de 50% das clausulas subordinadas tem ordem verbal final. A ordem dentro do sintagma nominal também era variavel mas longe de ser flexivel, com a ordem prenominal do Substantivo Adjetivo Determinante familiar do Ingles Antigo ja um padrao nao-marcado. A ordem pos-nominal encontrada men þa leofestan 'the most beloved people' (lit. 'people the belovedest'), era principalmente limitada a vocativos e à poesia, e é presumivelmente uma reliquia do posicionamento pos-nominal mais difundido dos determinantes no Germanico. A cenario foi colocado para mais dependente da ordem das palavras no periodo do Ingles Médio.
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