quinta-feira, 28 de julho de 2011

Respiraçao e iniciaçao pulmonaria

Para entender o processo da produçao da fala, é necessario ter um bom conhecimento dos mecanismos que entram em jogo durante a respiraçao normal e conhecer como ele é afetado pela fonaçao (produçao fisiologica da voz).
Até o século XVII, o conhecimento humano a respeito era limitado à crença de que o proposito principal da respiraçao era esfriar o sangue. Até o seculo XX nenhum trabalho sobre os mecanismos ventilatorios foi desenvolvido. Em 1925, F. Rohrer publicou seu tratado sobre os movimentos respiratorios, que formam a base da fisiologia respiratoria. W. Fenn estendeu esse trabalho na década de 1940. Finalmente, devemos muito a Ladefoged et al. (1957) pelos primeiros estudos fonéticos examinando a relaçao entre respiraçao e fonaçao. Essa foi o primeiro chamado claro do modo como a respiraçao é modificada para acomodar a produçao da fala.
A funçao vital da respiraçao é assegurar a troca de gases entre o ar e o sangue. O ciclo respiratorio compreende duas fases: inalaçao e exalaçao.
A inalaçao permite uma certa quantidade ser armazenada nos pulmoes, trazendo oxigenio ao organismo. A funçao da exalaçao é esvaziar os pulmoes e expelir os gases eliminados do corpo, em particular o gas carbonico acumulado pelo corpo. A maioria dos sons da fala sao produzidos durante a exalaçao. Os sons podem em certas ocasioes ser parcialmente "realized" (isto é, o ato de expressar fisicamente uma unidade linguistica abstrata) em uma ingressiva corrente de ar; em casos muito raros, eles sao produzidos somente desta maneira.
O sistema respiratorio compreende os pulmoes, o aparelho traqueo-bronquial, a laringe, as vias respiratorias superiores (faringe, nariz, boca) e a caixa toraxica.



1.1 A caixa toraxica

Os suportes estruturais para a respiraçao compreendem:
  • o torax osseo;
  • o torax visceral;
  • os musculos respiratorios
A caixa toraxica e seus musculos comportam-se como uma bomba que respira o ar pra dentro e pra fora do sistema respiratorio por meio das vias respiratorias superiores e inferiores.
A caixa toraxica é composta de 12 espinhas vertebrais, 12 pares de costelas e do esterno. Ela é delimitada no topo pelo pescoço e na base pelo diafragma.
As costelas constituem uma couraça protetora em forma de barreira ao redor do torax, da caixa toraxica. Nas costas, a cabeça de cada costela é ligada à coluna espinhal por juntas lisas.
Na dianteira, as primeiras sete costelas est

ao ligadas diretamente ao esterno por meio da cartilagem das costelas. Os proximos tres sao ligados à extremidade inferior do esterno pela cartilagem da sétima costela. As duas ultimas costelas nao tem ligamento dianteiro; sua cartilagem costal esta embutida  nas fibras musculares.

A cavidade toraxica



Devido ao seu formato e modo de ligaçao, dianteiro e traseiro, o levantamento das costelas causara um aumento no volume toraxico em duas direçoes: transverso e lateral. O movimento simultaneo pra frente e pra cima do esterno resulta em um aumento do diametro anteroposterior. A dimensao vertical pode ser alterada por movimentos do dia que dominuem os orgaos abdominais internos.

1.2 Pulmoes

Os pulmoes, situados na caixa toraxica, tem o formato de piramides preenchidas de ar. Ha dois deles, um na esquerda, o outro na direita, separados pelo mediastino. Olhando, eles parecem duas esponjas umidas, com ramos semelhantes aos de arvores e seus pequenos galhos. Eles sao divididos em dois tubos bronquiais que também se subdividem em bronquiolos e alveolos.
Os dois pulmoes sao cobertos por uma membrana aquosa: a pleura. Esta tem duas camadas: a camada interna ou pleura visceral que cobre e adere aos pulmoes, e a camada externa ou pleura parietal que fica fixa à parede interna da caixa toraxica e na borda superior do diafragma. O liquido aquoso que é excretado pela pleura permite às camadas deslizarem-se umas sobre as outras. A pleura assegura a combinaçao funcional entre a parede peitoral e os pulmoes.
O tecido pulmonar é extremamente elastico e pode portanto seguir os movimentos da caixa toraxica. A elasticidade é geralmente definida como a propriedade que certos materiais tem de recomeçar seu formato quando a força que os tem deformado cessa de agir. O ponto em que os materiais falham em retomar seu formato natural é chamado seu limite de elasticidade. Se a intensidade e a duraçao da força deformante fica abaixo desse limite, o total de deformaçao segue a lei de Hooke: é proporcional à força e permanece a mesma, exceto pelo sinal, quando o sinal da força muda.
Os pulmoes e o torax tem propriedades elasticas. Esses orgaos ficam sujeitos à elongaçao devido à força externa (atividade muscular) na fase da inalaçao. Quando essa força para, eles retomam sua posiçao e forma natural; o efeito disto é comprimir os pulmoes, reduzindo assim o volume pulmonar e forçando a saida do ar anteriormente inalado.
Essa propriedade de elasticidade representa um papel muito importante na respiraçao normal. Sob condiçoes normais, os pulmoes exercem um efeito continuo de aspiraçao dentro do torax. Em seres vivos, a força de elasticidade dos pulmoes pode ser estimada ao se medir a pressao pleural. Parece que a pressao é negativa durante a inalaçao, i.e., abaixo da pressao atmosférica. Isso é devido à traçao elastica dos pulmoes na camada visceral da pleura; o total de pressao varia segundo o estagio do ciclo respiratorio. Essa pressao intra-pleural é exercida sobre os orgaos contidos no torax, em particular o coraçao, o canal toraxico, e o esofago, onde ele pode ser medido mais facilmente.
A pressao do ar nos pulmoes depende da força exercida nas paredes toraxicas pelas moléculas de ar dentro delas. Quando as dimensoes de um container é aumentada, seu volume aumenta, as moléculas de ar tornam-se mais separadas, e a pressao do ar diminui. Inversamente, quando as dimensoes sao reduzidas, o volume diminui, as moléculas de ar tornam-se mais comprimidas e a pressao aumenta (Lei de Boyle).
Para que o ar emerja dos pulmoes, uma diferença na pressao do ar deve ser criada entre o ar contido neles e a atmosfera exterior. Um aumento no volume pulmonario fornece uma diminuiçao de pressao que resulta na respiraçao de ar de fora. Inversamente, uma diminuiçao no volume pulmonar induz em troca um aumento na pressao que expulsa o ar.

1.3 A respiraçao normal

1.3.1 A inalaçao

A inalaçao é o resultado do aumento e da ampliaçao da caixa toraxica, afetado pela contraçao dos musculos intercostais externos e do achatamento dos diafragmas que comprimem a viscera abdominal. Essa açao, devido à combinaçao funcional entre o pulmao e o torax, diminuem a pressao intra-pleural. Quando a força é grande o bastante para superar a resistencia elastica do tecido pulmonario, os pulmoes preenchem por aspiraçao e o volume pulmonar aumenta. O total de ar inalado fica por volta de metade de um litro.

1.3.2 A exalaçao

Quando o impulso da inalaçao cessa, os pulmoes murcham e voltam à posiçao de descanso. Isso constitui um retorno ao equilibrio. A exalaçao normal é um processo totalmente passivo causado pelo recolhimento elastico do tecido e costelas pulmonares, do seu peso e da pressao exercida pelos orgaos abdominais. A combinaçao dessas forças constituem o que é chamado de pressao de relaxamento. A pressao de relaxamento é a pressao do ar que poderia ser medida nos pulmoes inflados se os musculos intercostais fossem relaxados e se o ar fosse impedido de escapar dos pulmoes.
A exalaçao na respiraçao de descanso é uma atividade involuntaria. A razao entre a inalaçao e a exalaçao é 1:1. A taxa tipica da respiraçao normal é 12 a 18 ciclos por minuto.
Nos adultos, os valores médios sao 0.3-0.5 litros por segundo para a taxa de fluxo, 500 cm3 para o volume e 1-3 cm de H2O para a pressao. Esses valores mudam e aumentam com o trabalho. Assim, com  inalaçao forçada e severo esforço muscular durante a exalaçao, a taxa de fluxo pode aumentar para mais de 50 l/s e a pressao intra-pulmonar pode chegar até a 100 cm de H2O.



Músculos respiratórios

As três dimensões da caixa toráxica (vertical, transversal e anteroposterior) aumentam durante a inalação e diminuem durante a exalação. Dois grupos de músculos estão envolvidos em diferentes estágios de respiraçao: os musculos da inalação e os músculos da exalação.

Músculos de Inalação

O diafragma

O diafragma é o principal músculo de inalação.




quarta-feira, 13 de julho de 2011

Preposições em Inglês

Algumas combinações de palavras possuem seu próprio significado particular, de modo que, mesmo se qualquer um de seus componentes for substituído - mesmo por um sinônimo - tal significado e/ou as novas combinações parecerão estranhas. Por exemplo, ao substituir o IN de in trouble, seja com inside ou com within, produziria um resultado muito estranho - i.e., inside trouble ou within trouble. Por outro lado, é possível acrescentar alguma coisa em in trouble, v.g., in big trouble. Mas também existem combinações plenas de significado (e.g., at random) que não podem ser alteradas de nenhuma maneira, mesmo por adição (e.g., at extreme random). Essas são chamadas de combinações fixas.
Em colocações que são mais ou menos fixas, as preposições podem ocorrer no início (in trouble), no meio (one by one) e no fim (depend on).
Os estudantes normalmente cometem erros com as preposições por vários motivos. Um deles tem haver com o Inglês em si mesmo. Eles podem dizer by random, em vez de at random, porque BY e AT são às vezes parecidos em significado (a random resulta chance result).
Para dar outro exemplo, IN e ON podem ser confundidos em parte justamente porque eles são fonológica e ortograficamente pequenos e parecidos. De fato, na pronúncia rápida, eles podem parecer praticamente idênticos. Assim, o /n/ em Don't sit 'n that chair poderia ser IN ou ON.
Às vezes a fonte dos erros influenciados pela L1 (primeira língua) podem ser de fato muito específicos. Tomemos, por exemplo, a expressão depend on. Se você conhece um pouco do Latim ou de uma lingua derivada do Latim tal como o Francês ou o Italiano, -pend pode certamente sugerir a você o significado hang/hanging (suspender/suspensão).  Podemos ver esse significado em outras expressões também - suspended from (the ceilling) e pendulum, por exemplo. Uma vez que é natural falar de algo dependente de (hanging from) algo, não é surpreendente que os falantes franceses e italianos (dentre outros) sejam muito prováveis de cometer o erro de dizer em Inglês que uma ação depende de (depends from) outra, porque o Francês pendre e o Italiano pendere significam (to) hang.




Verbos Compostos (Phrasal Verbs)
















Um phrasal verb é uma combinação de um verbo e uma ou mais preposições mais outras palavras possíveis. Uma característica chave de um phrasal verb é que a combinação toda de palavras deve funcionar como uma unidade léxica portando seu próprio significado. Esse significado pode ser relativamente literal como em pick up (litter~ 'gather and remove (litter)', ou não. Porém, quando professores e alunos falam a respeito de phrasal verbs, é geralmente aqueles que são (semi) idiomáticos¹ que eles têm em mente - e.g., o semi-idiomático get over (a cold) e o completo idiomático put up with (bad behaviour).








Como costuma acontecer, os gramáticos tendem a dividir os verbos multi-words nas três seguintes classes:

- Phrasal verbs verdadeiros: e.g., look up a word/look a word up, em que up é considerado ser uma 'partícula' em vez de ser uma preposição forte;

- Verbos preposicionais: e.g., look after a cat 






/(look a cat after), em que after é considerado ser uma preposição cujo objeto gramatical é a cat.

- Verbos frasais-preposicionais: e.g., put up with bad behaviour, cada um dos quais é considerado consistir de um verbo frasal (put up) seguido por uma frase preposicional (with bad behaviour).


¹caracterizado por grupos de palavras estabelecidos pelo uso como tendo um significado não deduzível de suas palavras individuais.




IN/INTO


IN/INTO vs TO












































Usamos IN ou INTO quando temos uma idéia do Landmark como algo com um limite e um interior, não importando se ele é bi- ou tridimensional. Se usarmos to, contudo, não teremos essa mesma idéia com relação ao Landmark. Antes, pensaremos dele ser como um ponto ou gota. Assim, se ouvirmos alguém dizer (3) abaixo, nosso conhecimento de árvores nos diria que seria improvável 'entrar' nela de algum modo.








(3) He took you 10 seconds to run to the tree and back again. 

Mas se ouvirmos alguém dizer (4), nosso conhecimento de bibliotecas nos dirá que ela provavelmente entrou nela.

(4) She went to the library.

Usar into em (3) ou (4) nos forçaria a entender - de maneira surpreendente no caso (3) - que entrou-se no Landmark. Considerando (3), teríamos então que imaginar que na árvore foi feito um buraco com algum tipo de entrada. 

A diferença na escala das imagens mentais para in/into e to

Colocando de lado a questão de se um Landmark é normalmente entrável (como uma biblioteca) ou normalmente não entrável (como uma árvore), usamos frequentemente ou in(to) ou to com referência a um determinado Landmark dependendo da escala de nossa imagem mental dele. Por exemplo, se as pessoas estão relativamente próximas de uma grande cidade como Chicago, elas poderiam dizer:

(5)   a. I’m going into town/the city (to see the sights).
  
Mas se eles vivem, digamos, a 100 milhas de distância, eles provavelmente dirão:

       b. I’m going to Chicago (to see the sights).

Isso é inequívoco porque, na vida cotidiana, os limites e interiores das coisas se tornam mais difíceis de ver quanto mais longe delas estamos. Mais um par de exemplos:

      a. If you go into the front room, you'll see it. [O Landmark está muito próximo]

      b. Why don’t we go to my place? [O Landmark não está tão perto]



IN vs INTO












Nosso mais vívido e claro entendimento de estar em algo certamente  envolve um Sujeito que é cercado por um Landmark por todos os lados. Frequentemente, um contexto torna claro que o cercamento foi precedido por movimento. Mas mesmo em um contexto que torne isso muito claro, in mantém o foco no resultado (cercamento) e fora do movimento que o conduziu até o cercamento (e.g., We got in the car). Em contraste, into enfatiza o fato do movimento (e.g., We got into the car). Isto é, into é mais dinâmico, como (8a) e (8b) atestam:

(8) a. We slept in the car. /We crashed in the tree.
     b. We slept into the car. /We crashed into the tree.

Por causa de in não expressar ou evocar por si mesmo uma imagem de um limite sendo cruzado, (9a) poderia significar que as pessoas não começaram a pular até após já estarem dentro do trem ( como em We jumped for joy on the platform they jumped for joy in the train). Em contraste, (9b) é inequívoco acerca do movimento de fora pra dentro.

(9)   a. They jumped in the train.
       b.  They jumped into the train.

Em alguns contextos into é a única escolha natural quando o contexto enfatiza movimento. Já vimos, por exemplo, que crash in a tree é anormal comparado a crash into a tree. O caso de (10a) e (10b) é mais sutil:

(10)   a. We got in France after some delay.
          b. We got into France after some delay.

A razão pela qual (10a) é estranho, enquanto We got in the car é natural, é provavelmente o seguinte: Chegar em um carro envolve movimento junto a uma distância muito curta. Deslocar-se entre países praticamente envolve viajar a uma distância considerável. 

Por outro lado, INTO, diferentemente de IN, somente pode ser usado quando o Landmark for especificado.

(11)    a. We got in late.
          b. We got into late.


Isso significa que a diferença entre IN e INTO que acabamos de investigar desaparece quando INTO não é possível por razões sintáticas. Note, a propósito, que (12) está correto por que há um Landmark específico ('that'):

That needs looking into.                               [looking into   ̴ 'investigate']

INTO é diferente de IN, como uma preposição de direção, em três aspectos adicionais

Primeiramente, pode-se dizer (13a) mas não (13b):

13a) We droove depper into the forest.
13b) We droove deeper in the forest.

Isto é, em contextos de penetração contínua, INTO (mas não IN) pode ser usado mesmo quando nenhum limite é cruzado. Como brevemente vimos, INTO é semelhante à THROUGH nesse aspecto.
Em segundo lugar, enquanto tanto INTO quanto IN podem ser usados como preposição de direção, só INTO parece usável com Landmarks abstratos e semi-abstratos:



(14)     He jumped into/in the water.                         (tangible Landmark)
(15)     He broke into/in your meeting/conversation.  (semi-abstract Landmark)
(16)     He broke into/in my reveries.                       



















































































































Com verbos de olhar, quando um uso é semi-metafórico, INTO é preferido, como em, look into my eyes e look into [a complaint] (  ̴'investigate'). Em casos de olhares penetrativos totalmente literais, INSIDE é bastante comum (look inside a box) assim como combinações tais como DOWN/UP INTO (look down into a well, look up into the night sky).

Em terceiro lugar, quando o Landmark é uma 'abertura', IN e INTO podem ter significados diferentes:

(17a) The moment he walked in the door you could've heard an olive bounce.
[Aqui, door é uma metonímia para 'doorway'.]

(17b) He walked into the door and it broke.


Em (17a), walked in the door significa que o homem entrou (no cômodo) através da entrada (doorway). O exemplo (17b) significa que o homem fez forte contato com a porta. Essa diferença no uso é parcialmente idiomática e parcialmente em concordância com o fato de que INTO é mais dinâmico do que IN (i.e., menos força é requerida para caminhar por uma porta de entrada aberta do que uma fechada. 



Through



















Dois significados literais

O significado básico de through é 'entrar, depois sair do outro lado', tal que parte de um caminho seja cercado por um Landmark. Esse caminho pode fazer um contato direto com a substância do Landmark como em (20) ou não, como em (21):

(20) The pump moves the water through the filter and the aerator.

(21) A pigeon flew in through the open window.

Porém through é às vezes usado em contextos em que somente o meio do caminho é relevante - isto é, a parte do caminho que está no Landmark. Aqui, as idéias de entrada e saída por um limite estão ausentes, como em (22):

(22) Fish move through the water by waving their fins back and forth.

Para o seu significado básico ser mais claramente entendido, through deve ser considerado em contraste a over e across.

O significado metafórico de through

Through é mais usado no sentido metafórico. Por que o seu significado básico envolve 'estar fora depois de ter entrado ou continuado em uma linha mais ou menos reta', through é normalmente usado para expressar a noção de estar 'fora de' ( ̴ terminado com) uma experiência, um relacionamento ou tarefa (23).

(23) My parents went through a bitter divorce when I was a child.

No mesmo sentido, through é normalmente usado com with, especialmente no Inglês Americano (24).

(24) I'm through with you.

Às vezes, porém, o sentido de through que vimos em (22) vem para a frente - particularmente em associação com um verbo do presente perfeito. Nestes casos, as noções de entrada e saída não são de modo algum proeminentes.

(25) He says he's been through hell and never got depressed.

Em (26) vemos, antes de tudo, o significado básico em jogo e depois o sentido secundário no qual a entrada e a saída gradualmente desaparecem de vista.

(26) A reader should be never through with that book, but continue to circle through it as one lives life.

Note que frequentemente falamos de situações e experiências como se elas estivessem espaços físicos, objetos ou substâncias que podem ser entradas, abandonadas, evitadas etc. Este tipo de pensamento metafórico tem sido tradicionalmente chamado de retificação.












Out (of)









































O (of) em out (of)




O uso de of junto com out é necessário sempre que o Landmark for especificado, a menos que ele seja algum tipo de abertura.

He walked out of/out the house.

He walked out of/out the door.
(aqui, door se refere à doorway)

Pick (the lock) open and pull it out of/out the door.
(aqui, door refere-se a ela em si mesmo, e não à abertura).

Bolinger fez a interessante observação que from se torna a preposição de escolha quando a ligação de out of é quebrada.

They pushed out the piston from the cylinder.

Out: outros usos metafóricos de significados básicos

Em (39) uma dificuldade é comparada a algo como um buraco fundo ou lamaçal que alguém poderia sair dele (pull out of it):

(39) Can any of your readers helped me out of a difficulty?

Em (40), out of descreve uma ação, como um espaço ou lugar que se pode entrar ou sair. Ele implica que Liz estava no 'espaço de decisão', onde ela iria fazer mais serviço de casa, mas então o locutor a ajudou a não ter que fazer isso:

(40) I managed to talk Liz out of doing more housework.
[o oposto, obviamente, seria para ela ter que fazer x. (into doing x)].



Mais sentidos e usos metafóricos de OUT

OUT para extensão/expansão além de limites anteriores

Como visto em (38), podemos dizer que derreter manteiga a esparrama, o que significa que seu último limite é uma expansão do original. Da mesma forma, podemos dizer que desenrolar um rolo de papel até que ele fique estendido [rolled out] (significa, provavelmente, desenrolado até o fim), resultando em que a superfície do papel fique mais extensa do que antes.
Esse sentido de  extensão/expansão de out fundamenta muitos usos metafóricos tais como em (41), em que out contribui na imagem de um duelo como um acontecimento estendido, em vez de um acontecimento breve. Note, neste sentido, que é convencional falar de acontecimentos como "estendendo-se" no tempo. Um aspecto relevante também é que a rapidez não participa dessa imagem.

(41) Give your leaders each a gun and then let them fight it out themselves.

Em (42), a noção de extensão/expansão está presente de forma mais concreta:

(42) Her legs have more meat on them and her face has filled out as well.

Nos casos de (41) e (42), a combinação verbo + out é geralmente chamada de  verbo frasal perfectivo.

Out ̴ 'do início ao fim'

O uso de out a ser discutido nesta seção está intimamente relacionado ao que estamos até agora considerando. É aquele em que o significado perfectivo de out torna-se especialmente evidente - a saber, a idéia de 'durando até o fim  de algo'. Em (43), tal algo é o fim de um torneio de tênis:

(43) Jo Durie is hoping her dodgy knees hold out for an emotional Wimbledon farewell. 

Note que aqui esse sentido de 'até o fim' de out prontamente nos convida a sentir que o tempo em si mesmo é estendido. Vemos isso no phrasal verb drag out (a meeting) e talk out (a problem). Note que a expressão Parlamentar talk out a bill significa (deliberadamente) falar tanto a ponto de o tempo disponível para aprovar uma lei proposta se esgotar (runs 'out').


Out  ̴  'better than'


Se você outsing ou outperform alguém, você canta (sing) ou executa (perform) melhor do que ele. Esse uso de out parece se relacionar com o sentido de expansão de out que falaremos a seguir. 


Pensamos (ou reificamos) de uma habilidade como um material que alguém pode ter mais, ou menos, do que algum outro. Portanto, se dizemos que a Pessoa A tem menos habilidade do que a Pessoa B, estamos na verdade falando como se a massa da Pessoa A de um certo material é menor do que a massa da Pessoa B. Ao usar OUT, falamos como se estivéssemos comparando tamanhos, como se visualizássemos a massa menor dentro ou em frente da massa maior. Dentro dessa visualização, o contorno da habilidade maior está fora do contorno da habilidade menor. Mais dinamicamente, a habilidade maior pode ser concebida como uma expansão da menor. Isto não significa afirmar que participamos neste tipo de visualização toda vez que dizemos ou ouvimos verbos como outsingoutperform e out do. Mas a explicação acima parece explicar porque esse tipo de expressão foi 'inventada' em um primeiro momento. Talvez possa ser relevante dizermos que uma certa ação esteja além (beyond) de nossas habilidades, e que excel e excede derivam, respectivamente, do Latim para 'outspeed' e 'outgo/outmove'.













Assim, a reificação da habilidade que fundamenta outsing não é de nenhum modo estranha. Aparentemente vemos isto em (44) também, onde um jogador de rugby é descrito como jogando melhor do que nunca:

(44) He's playing out of his skin to be honest and...he's easily one of our most valuable players.


Out e o problema do ponto de vista












Partindo de uma casa: os possíveis pontos de vantagem (vantage points)

Suponha que a Pessoa A deixe uma casa. A Pessoa B, que fica dentro da casa, pode pensar, "Person A has gone out". A pessoa C, que ficou esperando em frente da casa pode pensar, "Person A has come out". A Pessoa A pode ser capaz de preservar uma consciência de ambos os pontos de vista. 
Será importante lembrar que alguns usos metafóricos de out só refletem o ponto de vista da Pessoa B enquanto outros refletem somente os pontos de vista da Pessoa C. (Usos adicionais parecem envolver o ponto de vista mais amplo da Pessoa A.)

O ponto de vista da Pessoa B: OUT & EX-   ̴ 'not here/there', 'gone'

Os exemplos (45) a (48) caracterizam uma situação resultante como um caso de desaparecimento de algo de uma situação anterior:

(45) He's out. Phone back later.
[Out  ̴ not here', with the implication that he has been here]

(46) He's out [ ̴ 'unconscious']. Keep him warm until the ambulance comes.
[Out   ̴  'not here' metaforicamente, com a mesma implicação da anterior]

(47) The lamp's gone out.
['the lamp' significa, metonimicamente, luz; i.e. não há luz agora mas havia luz antes.]

(48) The bridge was taken out by floods in 1877.
[i.e. A ponte (bridge) desapareceu.]

Também expressando o ponto de vista interior do observador é o e(x)- excludeexpungeextirpateextinguish, eliminate, become extinct, exhausted (i.e. energy is gone)  -  cf. rub/wipe/put/die out.

O exemplo (49) mostra uma pequena variação. O que o escritor expressamente quer dizer é que uma palavra que está faltando deveria ter sido colocada in (incluída).

(49) You've left out a word.

Em 'rule out' ['decide to exclude'], a idéia é que você não inclui o que você poderia ter incluído se quisesse.

O ponto de vista da Pessoa C: OUT & EX -  ̴ 'in the open',                                             '

























not hidden'  ̴ 'understandable' ou 'available'.

Os exemplos (50) a (52) caracterizam eventos como casos onde algo previamente dentro e portanto escondido, aparece (comes out) e se torna portanto visível (50) ou, por uma extensão mais metafórica, é mais público (50 & 51), ou conhecido (52), ou disponível (53):

(50) People should learn to bring their differences out in the open.

(51) She told him right out what she thought of his sentimental tripe.

(52) Figure/Puzzle/Work/Reason it out.

(53) My books is out - sometimes good things happen...!

O Ponto de vista da Pessoa C também fundamenta o ex- em explain e explicate, que deriva do Latim para 'flatten out' e 'fold out', respectivamente. Isto é, se algo tal como uma folha de papel escrita for flattened out ou unfolded, a escrita torna-se completamente visível.

O ponto de vista da Pessoa A: OUT para possessão ou fornecimento.

OUT OF ocorre em poucos verbos frasais (e.g. cheat/swindle sb out of e run out of)  que teem a ver com a mudança de (possivelmente) tendo para não tendo:

(54) He cheated me out of money that I'd be glad to have now.

(55) We're running out of time.

Aqui, OUT OF é usado em um modo consistente com a experiência da Pessoa A (i.e. aquela que está em um primeiro momento na casa e depois a deixa). A concepção subjacente parece ser que você pode estar in ou out of do estado de ter algo, onde um estado é assemelhado a um espaço. Essa concepção metafórica parece muito clara em expressões tais como in/out of love/luck/trouble... e também no título da canção, We're in the money.

OUTWARD(S) = 'away from the center'

OUTWARD(S) é o oposto de INWARD(S). Como outros - assim como outras palavras WARD(S), OUTWARD(S) é fundamentalmente dinâmico. Ele é diferente de OUT no que se refere a algo que pode ir outward (i.e. longe do centro de um Landmark) sem mesmo passar pelo limite externo do Landmark (56). Em geral, OUTWARD(S) é substituível por OUT, mas ele transmite/evoca uma imagem mais dinâmica de movimento sobre uma distância mais extensa, possivelmente infinita.
Às vezes, um limite é mencionado no contexto:

(56) A ring of bacteria move[s] outward toward the edge of the plate.

Mas freqüentemente não:

(57) Large waves move outward from the epicenter, or the earthquake's center.

Como em (56) e (57), OUTWARD(S) é mais freqüentemente usado para movimento (ou orientação) em todas as direções ao mesmo tempo, porém uma direcionalidade mais restrita é possível:

(58) Turn your palms outward.

Quando usado metafóricamente, OUTWARD(S) pode sugerir ou que um limite é pushed out/extended, ou que um limite foi ultrapassado. Por exemplo, há uma organização chamada Outward Bound, que é dedicada a ajudar pessoas jovens a ampliarem suas confianças e capacidades ao fazerem coisas que eles nunca fizeram antes (e.g. alpinismo ou rafting).

From: significados literais

From: O significado básico

From (i.e. ●⤑) - o oposto de to (i.e. ⤑●) - é usado para descrever uma direção em termos de sua origem. Em (59), a origem é um ponto, mas origens podem ser também as superfícies (60), objetos, corpos e lugares. Note que FROM pode ser usado para descrever direções que vão em qualquer direção; em (60), por exemplo, a direção sobe.

(59) Draw a line from point A to point B.

(60) What causes air to rise from the surface into the atmosphere?

A origem pode até mesmo ser um cavidade (61), embora - diferentemente de OUT OF e FROM INSIDE - FROM não transmite nem evoca uma imagem diferenciada de um interior e seus alredores. Neste sentido, FROM é vago do mesmo modo que TO.

(61) ...the objects from the cave of Hermes Kranaios...

FROM e outras preposições de 'separação': OUT, OFF, OFF FROM

Como uma preposição de direção, OUT (OF) sempre se refere a uma direção cujo ponto de partida se encontra dentro de uma área ou espaço e cujo ponto final não se encontra nem em seu interior nem sobre o seu limite mas fora dele. 
OFF, por outro lado, é usado quando a origem é especificamente vista como uma superfície. 
Em (62), por exemplo, o Landmark (implícito) é, basicamente, a superfície da terra. Note, a propósito, que FROM não seria possível aqui por que, com take, ele molda-se como isso: take x from y.
                                                                        ↑
(62) The rocket/plane/rocket is taking off/from.  ⎯




Quando o Landmark não é uma superfície relativamente extensa, OFF é mais provável de ser usado se o Landmark é maior do que os seus alredores, como em:

(63) Let the curtain fall off the road.

OFF é provável de ser usado, comparado a FROM, se tanto o Sujeito quanto o Landmark são no mínimo moderadamente extensivos, e especialmente se entre o Sujeito e o Landmark a separação seja um tanto difícil:

(64) Removing peel-off masks [from your face] might be pretty gross.

OFF e FROM são muito freqüentemente usados em combinação. Aqui está outro exemplo:

(65) How to take off from an aircraft carrier.

OFF não é sempre seguido por FROM por que FROM sugere uma maior separação (em termos de distância) do que OFF sugere. 
Ainda que removendo o foco da 'distância', OFF contribui em detalhes sobre a natureza do Landmark como uma superfície. Assim, podemos dizer que um rocket is taking off from Capa Canaveral for the moon, mas por outro lado dizemos que um rocket has lifted 3 metters off the launching pad. Contudo, OFF e OFF FROM geralmente não desempenham exatamente o mesmo papel/função gramatical. Por exemplo, o exemplo (66a) tem um significado diferente daquele do (66b).

(66) a. ...take off an aircraft carrier.

       b. ...take off from an aircraft carrier.

Em (66a), o aircraft carrier é o sujeito de off. Isto é, alguém poderia ter perguntado "What shall we take off the to-be repaired list?" e ter recebido a resposta "take off an aircraft carrier" i.e. Take an aircraft carrier (sujeito) off the list" (Landmark).

Em (66b), o aircraft carrier é em si mesmo o Landmark (de FROM), e o único sujeito parcialmente mencionado é um evento completo, algo como: Navy pilots [need to know how totake off [sujeito] from an aircraft carrier [Landmark]. O que os pilotos da marinha decolaram [take off] do porta-aviões são eles mesmos [e seus aviões]. 

O significado literal de FROM vs OFF

Os exemplos (67a) e (67b) diferem em significado conforme segue. FROM significa que o quadro estava em Roma mas agora não está. Esse é um exemplo claro do significado básico, dinâmico de FROM●➔. Of, por outro lado, sendo totalmente não-dinâmico, significa que o quadro mostra uma cena Romana:

(67) a. Here is a nice picture from Rome.

       b. Here is a nice picture of Rome.

A diferença no significado entre (68a) e (68b) é basicamente a mesma:

(68) a. I've [just] heard from him.
       
       b. I've heard of him that's all.

O exemplo (68a) significa que a mensagem veio dele para mim [from 'him' to 'me'. Isto é (68a) nos diz que 'he' é a fonte da mensagem mas sobre o conteúdo da mensagem não nos diz nada. Novamente, FROM significa exatamente isso: ●➔. O exemplo (68b), não obstante, nos disse alguma coisa sobre o conteúdo da mensagem (que foi aparentemente um pouco mais do que um nome de um homem e o fato de que ele existe). Por outro lado, não nos diz nada a respeito da fonte da mensagem.
Para dar um terceiro exemplo (uma vez que essa distinção é elusiva para falantes de algumas línguas), as pessoas da China (the people of China) são cidadãs da China não importando a sua localização (i.e. se elas encontram-se na China neste momento ou não). OF nos diz que a relação da China com essas pessoas é integral, assim como o conteúdo é integral a um quadro ou a uma mensagem. As pessoas da China (the people from China) em contraste, diz respeito ao local - mais exatamente, sobre separação/abandono de algum local em particular: certas pessoas, que podem ou não serem Chinesas, estavam na China mas agora não estão. 


Um quarto exemplo, (de uma biografia de um senador americano), mostra como from of podem ser usados para enfatizar a diferença entre lugar de origem e identificação:

(69) Wayne Morse was from Wisconsin but of Oregon.

Aqui está um exemplo final de of usado para sugerir uma forte identificação do Sujeito e do Landmark (70a), como oposto a from (70b), que mostra que o Landmark é meramente o ponto de início de uma direção (metafórica):

(70a) a. An increase of 12 Euros. 
[i.e. 12 Euros é o total do aumento.]

(70b) b. An increase from 12 Euros.
[i.e. 12 Euros é o preço original e o total de aumento não é especificado.]

Como veremos no capítulo 17, of é sobre integração, não localização. Vemos isso especialmente claro em (71) e (72), onde of integra Sujeito e Landmark em tal extensão que eles praticamente se fundem:

(71) The State (Sujeito) of California (Landmark).

(72) The dark of the night.

From: Usos metafóricos

Os narradores Britânicos de vez em quando dizem coisas como (73)  quando anunciam classificações e ordens de chegada.

(73) It's United from Liverpool from Arsenal.

O significado é: primeiro United, segundo Liverpool e terceiro Arsenal.

Mais sobre FROM vs OF

A figura abaixo caracteriza a mudança de um suco de maçã [from apple juice] (o Landmark) para o vinagre [to the vinegar] como uma separação de significante distância, como reflexão do fato de que há uma diferença significante na composição química e sabor entre os dois líquidos.

Estado Final                                                                              
Estado Inicial
Vinegar ⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅⬅  Apple Juice